quinta-feira, 23 de maio de 2013

Charles Hodge(1797-1878): João 3:16





Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16


I.  O objeto do amor de Deus.


O homem, em distinção de todos os outros tipos de seres.  Isso determina nada mais.  Não ensina que a mera benevolência foi o motivo do ato que se fala aqui.  Nem afirma que filantropia ou amor igual ou indiscriminado por toda a humanidade foi a forma do amor de que se fala aqui.  Isso pode ser verdade.  A passagem também é consistente com a suposição de que foi o distinto ou peculiar amor por seu povo.  Qual delas é a real ou verdadeira visão da matéria é algo que depende da analogia das Escrituras.  Quando é dito que Cristo é o Salvador do mundo, o Salvador dos homens, isso é consistente com a doutrina que diz que Ele não salva todos os homens ou que salva somente seu povo.  Em um caso ou no outro, Ele é o Salvador dos homens.

O homem considerado como o objeto do amor de Deus, há considerações que enaltecem o caráter desse amor.

1.  A insignificância do homem, absolutamente e relativamente.  O que é o homem na imensidade das obras de Deus, e o que é ele em comparação com a mais alta ordem de inteligências?

2.  Sua culpa.  Ele mesmo não é o adequado objeto de amor ou recipiente de favores.  Ele não merece nada, a não ser a ira e a maldição de Deus.

3.  Ele é pouco atraente.  No mais alto grau repulsivo e não amável.

Por que Deus, então, amaria o homem é [algo] maravilhoso e misterioso.  É inexplicável.  É algo para o qual nenhuma razão pode ser dada.  É, portanto, algo difícil de se acreditar.  Difícil, não para o impenitente e insensível, mas sim para o pecador convencido e iluminado.  Isso necessita, portanto, não só das garantias e afirmações das Escrituras, mas também da mais clara manifestação, e assim mesmo isso não é suficiente.  Requer a especial revelação e testemunho do Espírito Santo de que nós somos objetos do amor de Deus.



II.  A Grandeza do Amor de Deus


De Deus como manifestado no dom de Cristo.  Nós devemos tomar as doutrinas da Bíblia como elas são apresentadas e sustentá-las na forma na qual elas são apresentadas.    Nós não devemos, sobre o argumento de que Deus é um Ser infinito, e que a verdade é apresentada em formas humanas, i.e., em formas adaptadas ao nosso modo de concepção, explicá-las ou expandi-las nas mais gerais fórmulas filosóficas.  Quer possamos compreendê-las ou não, nós devemos recebê-las, crê-las e vivê-las como elas são reveladas.  É declarado nas Escrituras:

1.  Que há somente um Deus.

2.  Que há três pessoas distintas na divindade, e que o Filho, ou a segunda pessoa, é o objeto do infinito amor do Pai.

3.  Que algo é verdadeiro do Filho que não é verdadeiro do Pai ou do Espirito.  Foi o Filho, e não outra pessoa da trindade, que tornou-se encarnado e sofreu e morreu pelos nossos pecados.

4.  Que isso envolveu um grande sacrifício da parte do Pai;  Não um que causa dor, mas envolveu algo que o amor ao Filho, se fosse permitido exclusivo controle, teria impedido.  A pessoa dada para a humilhação, sofrimento e morte foi o Filho de Deus.  Não no sentido que os anjos e os homens são chamados de filhos de Deus, mas seu Filho unigênito, o participante de sua natureza, o mesmo em substância e igual em poder e glória com o Pai.

A importância do objeto a ser obtido ou a força do sentimento que leva à sua realização, deve ser medida pelos meios adaptados para esse fim. Entregar um anjo, ou um mundo, ou uma miríade de mundos indicaria que o sentimento era forte e o objeto de grande importância. Mas entregar seu Filho coloca essas coisas além da nossa compreensão. Demonstra o amor como sendo absolutamente infinito - tal que não admite qualquer limite ou medida.


III. O Desígnio de Deus 


1. Foi que os homens não perecessem, mas tivessem a vida eterna. A perdição a que estavam expostos incluía miséria e pecaminosidade eternas. A salvação inclui a libertação dessa perdição, e santidade e bem-aventurança eternas.

2. Aqui, bem como em outras partes, é ensinado que foi o desígnio de Deus tornar possível a salvação de todos os homens, pelo dádiva de seu Filho. Não houve nada na natureza, ou no valor, ou no desígnio de sua obra para torná-la disponível somente para um classe de homens. Para todo aquele que crer, etc. Isso não é inconsistente com outras representações que concluem que o desígnio de Deus [foi] tornar certa a salvação do seu povo pela morte de seu Filho. 

3. A passagem ensina que a fé é a única condição para a salvação; nem a descendência de Abraão, nem a circuncisão, nem conexão com a igreja, nem ritos exteriores, nem bondade,mas a fé simples, a qual realmente assegura toda a bondade, etc 

4. Ele ensina que a fé inclui confiança. Nós acreditamos em Cristo, isto é, nós confiamos Nele como nosso Salvador. Isto inclui ou supõe a apreensão da Sua glória como o Filho de Deus; a renúncia de todos os outros fundamentos de confiança; o conhecimento do que Ele tem feito e prometeu fazer para a nossa salvação, e o real comprometimento de nós mesmos em suas mãos acreditando que Ele nos salvará.

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