sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): A Distinção entre Expiação e Redenção

1) Revisão é objetável, porque a Confissão é uma correta declaração do “sistema de doutrina contido nas Escrituras". O sistema a que se refere nessa frase é universalmente conhecido como calvinismo. Não como estando fundamentado sobre a autoridade de Calvino, mas como uma conveniente designação daquela interpretação da Escritura que é comum a Agostinho, Calvino, aos teólogos reformados, e aos teólogos de Westminster. O termo "evangélico" não o define, pois existem vários sistemas evangélicos, mas somente um calvinista. Os sistemas de Armínio, de Wesley, e dos luteranos posteriores, bem como o de Calvino, são igualmente evangélicos, na distinção dos sistemas anti-evangélicos como Socinianismo e Deísmo.

Todos eles são igualmente derivados da Bíblia, e contém as doutrinas da Trindade, da Encarnação, da apostasia e da redenção. Mas a interpretação calvinista da Escritura, que é a formulada nos Padrões de Westminster, difere desses outros sistemas "evangélicos", no ensino da eleição e preterição incondicional, ao invés da condicional; da redenção limitada (não expiação) ao invés da universal; regeneração totalmente pelo Espírito Santo, ao invés de parcialmente; a total incapacidade do pecador, ao invés da parcial. O sistema calvinista, assim discriminado dos outros sistemas "evangélicos", foi adotado pelos presbiterianos americanos por dois séculos.


Nem antigas nem novas luzes, nem antigas nem novas escolas demandaram que estes pontos que distinguem o calvinismo do arminianismo fossem eliminados do credo. Eles foram aceitos com igual sinceridade por ambos os ramos da Igreja na reunião de 1870 e não há nenhuma razão para alterar as fórmulas que foram satisfatórias até então, a não ser que a crença da Igreja tenha se alterado em relação a esses pontos distintivos do calvinismo.

William G.T. Shedd, Calvinism: Pure and Mixed, (New York: Charles Scribner’s Sons, 1893), 14-15. See also: William G.T. Shedd, The Proposed Revision of the Westminster Standards, (New York: Charles Scribner’s Sons, 1890), 15.  [Underlining mine.]

2) A parte essencial desse sistema são os bem conhecidos “cinco pontos do calvinismo”, isto é, depravação total em distinção da parcial; eleição incondicional em distinção da condicional; graça regeneradora irresistível em distinção da resistível; redenção limitada (não expiação) em distinção da universal; a certa perseverança do regenerado em distinção de sua possível apostasia . Nenhum desses pontos pode ser rejeitado sem prejudicar a integridade do calvinismo mais do que haveria na omissão de qualquer um dos pontos da bússola dos navegantes, pois qualquer um deles poderia ser omitido e o esquema ainda seria completo, e mais do que haveria na exclusão de qualquer um dos contrários cinco pontos do arminianismo, pois qualquer um deles poderia ser excluído e a teoria permaneceria inalterada. William G.T. Shedd, Calvinism: Pure and Mixed, (New York: Charles Scribner’s Sons, 1893), 153-154.  [Underlining mine.]

3) Uma vez que redenção implica a aplicação da expiação de Cristo, a redenção universal ou ilimitada não pode, logicamente, ser afirmada por aqueles que sustentam que a fé é inteiramente dom de Deus, e que a graça salvadora é concedida somente pela eleição. O uso do termo "redenção", consequentemente, tem menos ambiguidade do que "expiação", e é o termo mais comumente empregado na teologia controversa. Expiação é ilimitada e Redenção é limitada. Esta declaração inclui todos os textos da Escritura: aqueles que afirmam que Cristo morreu por todos os homens e aqueles que afirmam que Ele morreu por seu povo. Aquele que afirma a expiação ilimitada e a redenção limitada não está compreendendo mal. Ele está compreendo que o sacrifício de Cristo é ilimitado no seu valor, suficiência e publicação, mas limitado em sua aplicação eficaz. William G.T. Shedd, Dogmatic Theology, (Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 1971), 2:470.  [Underlining mine.]

Fonte: http://calvinandcalvinism.com/?p=5795
Tradução:  Emerson Campos Pinheiro.