quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Paul Hartog: 12 Questões em Calvino sobre a Extensão da Expiação

Parte 4 de 4

 
9ª Questão: Os incrédulos desprezam a graça que é oferecida a eles?
 
Sim, afirma Calvino. Ele exclama: “Vejam os Turcos os quais lançam longe a graça que foi comprada por todo o mundo por Jesus Cristo. Os judeus fazem o mesmo. Os papistas, apesar de não falarem abertamente, demostram isso na prática. . . . E assim vemos atualmente, como os homens não estão participando desse benefício, o qual foi comprado a eles pelo nosso Senhor Jesus Cristo.”72  

Isso é porque aquele que rejeita a oferta universal do evangelho despreza a graça dos sofrimentos de Cristo: “Porque aqueles que rejeitam a graça oferecida Nele [Cristo] merecem encontrá-lo como juiz e vingador de tal indigno e chocante desprezo.” 73
 
Depois de citar o apóstolo Paulo, neste contexto Calvino observa: "É como se ele[Paulo] tivesse dito que o Evangelho é especialmente e em primeiro lugar destinado para os crentes, para que ele possa ser salvação para eles; mas depois para que os incrédulos não escapem impunes ao desprezarem a graça de Cristo e terem preferido Ele mais como o autor da morte do que da vida.”74

Para Calvino, os incrédulos são culpados de rejeitar os sofrimentos de Cristo, porque estes sofrimentos foram “por” eles e foram oferecidos em misericórdia e graça:


“Deus é dito ter ordenado desde a eternidade aqueles a quem Ele queria abraçar em amor, e aqueles sobre os quais daria vazão à sua ira. Ainda assim Ele anuncia a salvação a todos os homens indiscriminadamente. Eu mantenho que estas declarações estão perfeitamente de acordo uma com a outra.. Porque por assim prometer ele meramente quer dizer que a sua misericórdia se estende a todos, desde que eles a busquem e implorem por ela.. Mas só aqueles a quem Ele tem iluminado fazem isso. E Ele ilumina aqueles que predestinou para a salvação. Estes últimos possuem a segura e inquebrável verdade das promessas, de forma que não se pode falar de qualquer desacordo entre a eleição eterna de Deus e o testemunho de Sua graça que oferece aos crentes.”75

"Como resultado", explica Calvino, "todos aqueles que não repousam nele voluntariamente se privam de toda a graça." 76

Além disso, Calvino falou da condenação dos pecadores incrédulos como resultado da rejeição da obra de Cristo ao invés da rejeição da intenção divina no envio de Cristo como achado no evangelho. “Cristo carrega o testemunho não só de seu poder, mas também de sua bondade, de forma que Ele pudesse atrair os homens a Si mesmo pela doçura da Sua graça. Porque Ele veio para salvar e não para condenar o mundo (João 3:17).”77 

"Agora vamos ver para que fim o Evangelho é pregado e depois de que maneira. O que mais está contido nele [no Evangelho], a não ser que Deus pretendia ser reconciliado com o mundo, como diz São Paulo no quinto capítulo de segunda aos Corintios [2 Cor 5]?”7 “E não é sem motivo que muitos entendem Jesus Cristo apenas como seu juiz; porque eles não quiseram recebê-lo, quando Deus quis dar-lhe a eles como Redentor.”79 Esses comentários parecem ir além de uma suficiência puramente abstrata, pois eles exigem um sistema teológico capaz de incluir um desejo compassivo de Deus que Ele, no fim, não queira administrar eficazmente.80

10ª Questão: Em nossa finita compreensão da matéria, podemos distinguir entre a vontade revelada de Deus na promessas universal do Evangelho e Sua vontade secreta no Seu decreto eterno?

Sim, concede Calvino cautelosamente, se entendermos que assim manifestamos nossa compreensão humana e limitada. 81

“Esse é o Seu maravilhoso amor para com a raça humana, que Ele deseja que todos os homens sejam salvos, e está disposto para trazer da perdição à segurança..... . Poderia ser perguntado aqui: se Deus não quer que ninguém pereça, por que tantos, de fato, perecem? Minha resposta é que nenhuma menção é feita aqui ao decreto secreto de Deus, através do qual os ímpios são condenados à sua própria ruína, mas somente À Sua bondade amorosa como é feita conhecer a nós no Evangelho. Nele Deus estende Sua mão para todos igualmente, mas Ele só alcança aqueles (de forma a conduzi-los a Ele) a quem escolheu antes da fundação do mundo.”82

Embora isso possa soar como uma uma incoerência divina, Calvino afirma:

“Então, novamente com as promessas que convidam todos os homens para a salvação. Elas simplesmente e positivamente não declararam o que Deus tem decretado em Seu conselho secreto, mas o que Ele está disposto a fazer por todos aqueles que são trazidos à fé e ao arrependimento. . . Agora, isso não está em contradição com seu conselho secreto, pelo qual Ele determinou converter ninguém a não ser Seus eleitos. Ele não pode ser considerado variável por isso, porque como legislador Ele ilumina a todos com a externa doutrina da vida. Mas em outro sentido, traz à vida quem Ele quer, como Pai regenera pelo Espírito somente Seus filhos.” 83

Em seu comentário sobre Mateus 23:37, Calvino tenta uma explicação adicional:

“Vendo que na Sua Palavra Ele convida todos igualmente para a salvação (e este é o objetivo da pregação, que todos tenham refúgio na Sua fé e proteção) é correto dizer que Ele deseja que todos se reunissem à Ele. Agora, a natureza da Palavra nos mostra que aqui não há descrição do secreto conselho de Deus – apenas de seus desejos. Certamente, aqueles a quem Ele deseja efetivamente reunir, Ele atraí interiormente pelo Seu Espírito, e chama-os não meramente pela voz do homem. Se alguém objeta que é absurdo dividir a vontade de Deus, eu respondo que essa é exatamente a nossa fé, que a Sua vontade é una e indivisível: mas como nossa mente não pode sondar as profundezas de sua secreta eleição, para se adequar a nossa debilidade, a vontade de Deus é colocada diante de nós como duplicada. . . . Eu brevemente direi que tão logo a doutrina, que é o ponto de encontro da unidade, é trazida para o centro, é a vontade de Deus reunir todos os homens, de forma que aqueles que não vêm são indesculpáveis.”84

Calvino esclarece em outro lugar: “ verdade é que Deus não muda, nem tem duas vontades, nem usa de qualquer conduta simulada, como se quisesse dizer uma coisa, que não fosse assim. E ainda assim a Escritura nos fala em seguida de dois tipos tocante a vontade de Deus. . . Deus exorta todos os homens em geral, de modo que podemos julgar, que é a vontade de Deus, que todos os homens sejam salvos, como Ele diz também pelo profeta Ezequiel: "Eu não desejo a morte do ímpio, mas que se converta de seus caminhos e viva.”85

11ª Questão: Sendo assim, Cristo morreu por todas as pessoas ou pelos eleitos?

Calvino aparentemente responde que sim.86 Cristo morreu intencionalmente com uma suficiente expiação e redenção pelos pecados de toda humanidade, e morreu intencionalmente para a eficaz salvação dos eleitos.87 Calvino declara: “Não somente a morte e a paixão de nosso Senhor Jesus Cristo foram suficientes para a salvação do mundo, mas também Deus quis fazê-las eficazes e nós devemos ver os seus frutos e até mesmo senti-los e experimenta-los.”88 

Calvino discute especificamente o caso do ladrão perdoado na cruz: “Nosso Senhor fez eficazes para [o ladrão] Sua paixão e morte a qual Ele sofreu e suportou por toda a humanidade.”89 De acordo com Calvino, “Cristo foi assim ordenado para ser o Salvador do mundo inteiro, para que Ele pudesse salvar aqueles que foram dados a Ele pelo Pai, para que Ele pudesse ser a vida eterna daqueles de quem é o Cabeça. "90

Calvino extraiu implicações destes princípios, incluindo uma distinção entre o resgate comprado e a aplicação do resgate. “E o que devemos fazer quando vemos almas em perigo, que são tão preciosas diante de Deus, como ele demonstrou ao resgatá-las com o sangue do seu próprio Filho? Se nós vermos, então, uma pobre alma indo assim para a perdição, não deveríamos ser movidos com compaixão e bondade, e não deveríamos desejar que Deus aplique o remédio?”91

Visto que Cristo morreu por todos, as promessas do evangelho são objetivamente verdadeiras para todos. Calvino deixa claro que quando alguém rejeita o externo chamado do evangelho, ele também rejeita essa “redenção que foi comprada” na pessoa de Cristo. 92 

Os incrédulos “rejeitam o meio que Deus ordenou: e sua ingratidão deve ser o mais gravemente punida, porque eles têm pisado sobre o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, que foi o resgate de suas almas.”93 Quando os incrédulos rejeitam o evangelho, eles são “duplamente culpados” por rejeitar a provisão e a oferta.

Segunda Pedro 2:1 descreve falsos mestres que sustentavam “heresias de perdição”, “negando até o Senhor que os comprou” (nota do tradutor: algumas traduções trazem “resgatou”). O comentário de Calvino sobre este versículo explica: "Cristo nos resgatou para nos ter como um povo separado de todas as iniqüidades do mundo, dedicado à santidade e à pureza. Daqueles que caem sobre o caminho e se precipitam em todo tipo de licenciosidade não é injusto dizer que negam a Cristo, pelo qual foram resgatados.”94 

 Em seus comentários sobre Judas 4 (“negando o único Senhor Deus, e nosso Senhor Jesus Cristo”), Calvino aplica o texto para "aqueles que foram redimidos pelo Seu sangue, e agora escravizam-se novamente ao diabo, frustrando (o melhor que eles podem) aquele benefício incomparável.”95

12ª Questão: Se Cristo sofreu por toda a humanidade, e o Espírito trabalha eficazmente somente em indivíduos em particular, isso significa que a Trindade não está unida na redenção? 96

Absolutamente não. Todos os três Membros, embora assumindo papéis distintos no desenrolar da salvação, harmoniosamente formaram o plano unificado na eternidade passada e implementam isso dentro da história.97 Calvino pode ser interpretado como descrevendo uma obra tripla: a eleição eterna do Pai, o sacrifício do Filho como proclamado na promessa universal do evangelho, e a formação efetiva da fé feita pelo Espírito Santo, por meio da promessa do evangelho.98  

Alguém pode distinguir entre a objetiva provisão dos sofrimentos de Cristo e a subjetiva e individual aplicação do Espírito Santo da obra de Cristo para os eleitos em particular. 99 Calvino explica: “A peculiar obra de Cristo foi apaziguar a ira de Deus pela expiação dos pecados do mundo, para redimir os homens da morte e para obter a justiça e a vida. A do Espírito é nos tornar participantes não só do próprio Cristo, mas de todas as Suas bênçãos.”100

Os três papéis dos Membros da Trindade estão entrelaçados em perfeita unidade. Neste plano trinitáriano, Cristo morreu por todos como oferecido no Evangelho, e o Espírito usa a proclamação do evangelho para formar a fé nos eleitos, a quem o Pai escolheu na eternidade passada.101 Todos os três Membros são de uma e eterna mente com relação a este entrelaçamento da eleição, provisão e aplicação.102 

Por exemplo, o Filho se oferece como um sacrifício para apagar os pecados do mundo de acordo com a ordenação e decreto do Pai.103 James B. Torrance, explica: "Tal como na doutrina da Santíssima Trindade há três pessoas, mas um só Deus, assim também existem três "momentos" em uma obra de graça e perdão.”104

Calvino não colapsou tudo da história redentora dentro dos decretos eternos ou dentro do evento da cruz ou dentro do eficaz chamado em alguma vida particular. Considere uma oração trinitária do próprio João Calvino:

“Além disso, oferecemos as nossas orações a Ti, ó Gracioso Deus e Misericordioso Pai, por todos os homens em geral, que como Tu te agradas em ser conhecido como o Salvador de toda a raça humana pela redenção realizada por Jesus Cristo, Teu Filho, de forma que aqueles que ainda são estranhos ao conhecimento Dele, e imersos na escuridão, e são mantidos cativos pela ignorância e pelo erro, possam, pelo brilhar do Teu Espírito Santo sobre eles, e pelo soar do Teu evangelho em seus ouvidos, ser trazidos de volta ao caminho correto da salvação, que consiste em conhecer a Ti, o o verdadeiro Deus e a Jesus Cristo que Tu enviaste.”105

Esta oração trinitária entrelaça a provisão do Filho como Salvador de toda a raça (geral) com o trabalho eficaz do Espírito Santo (particular). Assim como Paulo orou fervorosamente para os não-salvos de Israel no contexto da sua estendida discussão sobre a eleição (Romanos 10:1; cf. 9:1-3), também Calvino suplicou ao Deus Uno e Trino pelos perdidos de toda a raça humana.

Nós destacamos uma infinidade de evidências para uma noção de "redenção universal" em João Calvino.106 Antes de seguir em frente, um outro aspecto deve ser enfatizado. Declarações que ensinam que Jesus morreu para a igreja - ou pelos crentes, piedosos, pelo rebanho, ou pelo Corpo de Cristo - não necessariamente provam que Jesus intentava Sua expiação somente pelos eleitos.107 

Da mesma forma, a afirmação do apóstolo Paulo que Jesus Cristo “me amou e Se entregou por mim” não prova que Cristo morreu somente por Paulo. Se algumas passagens em Calvino falam de Cristo morrendo pelos eleitos e outras falam de sua morte por todos, as declarações gerais e particulares podem ser reconciliadas em um sistema que ensina ambas, mas elas não podem ser reconciliadas em um sistema que mantém apenas uma estrita e limitada redenção.108
Notas:

72. Calvin, Sermons of M. John Calvin, on the Epistles of S. Paule to Timothie and Titus, 177; English spelling updated.

73. Calvin, John 3:17, Gospel According to St John 1–10, 76.

74. Ibid.

75. Calvin, Institutes, III.24.17; italics added. Repare a forte linguagem de predestinação nesta passagem.

76. Ibid, II.16.1. The preceding sentence states, “Accordingly, the moment we turn away even slightly from him, our 
salvation, which rests firmly in him, gradually vanishes away.”

77. Calvin, Acts 5:12, Acts of the Apostles 1–13, 138. Cf. John 5:34.

78. Calvin,Sermons of M. John Calvin, on the Epistles of S. Paule to Timothie and Titus, 77; English spelling updated. Calvin frequently echoed the sentiment of 2 Corinthians 5:20 that “God was in Christ, reconciling the world unto himself.”

79. Calvin, Deity of Christ and Other Sermons, 241–242.

80. Muitos tropeçam sobre uma “intencionalidade ineficaz" ou "veleidade" de Deus (ver Ponter, “Brief His­tory of Deviant Calvinism,” 3–5). Esse raciocínio é o axioma não declarado por trás de declarações tais como: "Para Calvino, todos por quem Cristo morreu são salvos e nem todos os homens são salvos, do que se segue que Cristo não morreu por todos os homens" ((Helm, Calvin and the Calvinists, 17). Rainbow concorda que "Não poderia haver tal coisa na teologia de Calvino como Cristo morrendo por alguém e essa pessoa não ser salva" (Rainbow, Will of God and the Cross, 178). Lutero claramente tinha lugar para tal conceito. Conforme os comentários de Lutero sobre o Deus encarnado desejando a salvação de todos em Mateus 23:37. Theodore Beza afirmou: "Nada mais absurdo pode ser dito sobre Deus além de que haveria algo que Deus não quis, ou algo que Ele quis não venha a acontecer" (Thomas, Extent of the Atonement, 53). Para Beza, o ponto de vista luterano de uma expiação universal era "intolerável", pois então Cristo teria morrido por aqueles já condenados, e, assim teria falhado anto, não (Thomas, Ex­tent of the Atonement, 56). Compare a visão do teólogo reformado Rienk Bouke Kuiper, que acreditava que Deus "faz sobre o fundamento da universalmente adequada e suficiente expiação a mais sincera, bona fide, oferta de vida eterna, não somente aos eleitos, mas a todos os homens, convidando os urgentemente a vida eterna, e expressa o ardente desejo de que todas as pessoas a quem essa oferta e esse convite chega, aceitem a oferta e concordem com o convite "(R. B. Kuiper, For Whom Did Christ Die? A Study of the Divine Intent of the Atonement [Eugene: Wipf & Stock, 2003], 86). .John Murray concorda: "Nós descobrimos que o próprio Deus exprime um desejo ardente para o cumprimento de certas coisas que ele não decretou em seu inescrutável conselho que venha acontecer. . . . Descobrimos que Deus se revela como não tendo prazer ou desejando a morte daqueles que morrem, mas sim como tendo prazer ou desejando o arrependimento e a vida dos ímpios. Esta vontade de Deus para o arrependimento e à salvação é universalizada e revela-nos, portanto, que existe em Deus benevolente bondade para o arrependimento e salvação, até mesmo daqueles que Ele não decretou salvar. Esse prazer, vontade, desejo é expresso no chamada universal ao arrependimento " (John Murray, Collected Writings of John Murray, vol. 4 [Edinburgh: Banner of Truth, 1976], 131–132).

81. Ver Thomas, Extent of the Atonement, 23–26. Strehle sustenta que "uma tal dicotomia na vontade divina, deve ser considerada como atribuída à nossa finitude e não impugnar a unidade verdadeira da vontade divina em si mesma" (Stephen Strehle, “Universal Grace and Amyraldianism,” Westminster Theological Journal 51 [1989], 346n6).David Ponter concorda que, para Calvino, "em termos de nossa percepção e finitude, percebemos a diversidade dentro da vontade de Deus. Ainda assim em Deus a vontade é totalmente unificada "(Ponter, “A Brief History of Deviant Calvinism,” 41). Uma distinção escolástica medieval já existia entre a voluntas signi e a voluntas beneplaciti de Deus (ver Thomas, Extent of the Atonement, 23, 53). "O conceito de duas vontades é necessário porque há muitas coisas feitas pela providência de Deus que são proibidas pela lei de Deus" (ibid, 24). 

82. Calvin, 2 Peter 3:9, The Epistle of Paul the Apostle to the Hebrews and the First and Second Epistles of St Peter, 364. Conforme crítica de Jerome Bolsec da teologia de Calvino: "Ele deve explicar como Deus pode ser dito ser simples, visto que ele diz que existem duas vontades em Deus, e como pode haver uma união Nele entre dois contrários, querer e não querer, ter prazer e não ter prazer, ordenar e proibir a mesma coisa "(from Thomas, Extent of the Atonement, 15). Ver Philip C. Holtrop, The Bolsec Controversy on Predestination, from 1551 to 1555: The Statements of Jerome Bolsec and the Responses of John Calvin, Theodore Beza and Other Reformed Theologians (Lewiston: Edwin Mellen, 1993).

83. Calvin, Concerning the Eternal Predestination, 106.

84. Calvin, Matthew 23:37, A Harmony of the Gospels Matthew, Mark and Luke, vol. 3, 69–70. Beza (e muitos roformados ortodoxos extremos) tendem a interpretar Mateus 23:37 como Jesus falando como um homem, mas não como o Deus-homem (Thomas, Extent of the Atonement, 54). O próprio Calvino conecta o desejo de Jesus (como Deus-homem) de reunir nas nações com a vontade revelada de Deus.

85. Calvin, Sermons of M. John Calvin on the Epistles of S. Paule to Timothie and Titus, 152–154; Eng­lish spelling updated. 
Calvino afirmou, “Se alguém novamente objetar—que isso é fazer Deus agir com duplicidade, a resposta está pronta, que Deus sempre quis a mesma coisa, embora por diferentes maneiras e de uma maneira inescrutável para nós. Embora, portanto, a vontade de Deus seja simples, ainda assim grande variedade está envolvida nela, tanto quanto nossos sentidos podem conceber. Além disso, não é surpreendente que nossos olhos sejam cegados pela intensa luz, de forma que nós não podemos certamente julgar como Deus quer que todos sejam salvos, e ainda assim destinar todos os réprobos a eterna destruição, e desejar que eles pereçam. Enquanto nós vemos, agora, por um vidro escuro, nós devemos nos contentar com a medida de nossa própria inteligência” (Calvin, Ezekiel 48:23, Commentaries on the First Twenty Chapters of the Book of the Prophet Ezekiel, vol. 2, 274–248). Ver também Calvin, Institutes I.18.3.

86. Calvin pode fazer assim porque o universal e o limitado desígnio não, de forma última, contradizem um ao outro.

87. “Em resumo, Cristo morreu por todos suficientemente (perdão sendo condicional), mas pelos eleitos absolutamente e eficientemente” (Alan Clifford, “Geneva Revisited or Calvinism Revised: The Case for Theological Reassessment,” Churchman 100 [1986], 323–324). “Quando Calvino fala da efetividade da morte de Cristo para os crentes, ele fala da parte eficiente da tradicional fórmula suficiente-eficiente. No entanto, isso não prejudica o fato de que Calvino também sustentou, em outro sentido, que Cristo morreu por todos os homens” (Ponter, “Brief History of Deviant Calvinism,” 24).

88. Calvin, Sermons on Isaiah’s Prophecy, 116. “Cristo foi assim ordenado ser o Salvado de todo o mundo, para que Ele pudesse salvar aqueles que foram dados a Ele pelo Pai para fora de todo o mundo” (como citado em Rouwendal, “Calvin’s Forgotten Classical Position,” 332).

89. John Calvin, Sermons on the Saving Work of Christ, trans. L. Nixon (Grand Rapids: Baker, 1980), 151.

90. Translation from Rouwendal, “Calvin’s Forgotten Position,” 332. Concernente a essa declaração Rouwendal clama, “Apenas uma citação parece dizer, ou pelo menos implicar, que Cristo morreu somente pelos eleitos” (ibid). A reivindicação de Rouwendal é curiosa, uma vez que os comentários de Calvino claramente se encaixam na distinção suficiente-eficiente que Rouwendal descreve por todo o artigo. Sbore conecções entre eleição, redenção, Cristo como cabeça e crentes como membros de Seu Corpo, ver Kennedy, Union with Christ and the Extent of the Atonement; cf. Rainbow, Will of God and the Cross, 97.

91. Calvin, Sermons on Ephesians, 684–685; italics added. Calvin appends, “We should pray gener­ally for all men.”

92. See the Deuteronomy materials above.

93. Calvin, Sermons on Galatians, 39.

94. Calvin, 2 Peter 2:1, The Epistle of Paul the Apostle to the Hebrews and the First and Second Epistles of St Peter, 346. Calvin repetidamente declara que Judas estava ainda presente na Ùltima Ceia quando Jesus declarou “Esse é o meu corpo, que é dado por vós” etc. (ver citações de Curt Daniel em Kendall, Calvin and English Calvinism, 237n15).

95. Calvin, Jude 4, Harmony of the Gospels Matthew, Mark and Luke, vol. 3 and The Epistles of James and Jude, 325.

96. Nicole argumenta que uma provisão universal na teologia de Calvino causaria contradições intra-Trinitarianas (ver Nicole, “John Calvin’s View of the Extent of the Atonement,” 300–304). Para uma resposta da reinvindicação de que uma “redenção universal” na teologia de Calvino anularia sua compreensão de “substituição expiatória”, ver Kennedy, Union with Christ and the Extent of the Atonement, 6–7, 57–61. “Por colocar tudo dos benefícios de nossa salvação na pessoa de Cristo, e por fazer nossa união com Cristo pela fé a chave para nossa recepção dos benefícios da salvação, Calvino foi capaz de sustentar uma visão da expiação que era tanto universal quanto substitutiva” (ibid, 147). Contraste J. I. Packer, “What Did the Cross Achieve? The Logic of Penal Substitution,” Tyndale Bulletin 25 (1974), 37. Calvino afirmou “Primeiro, nós devemos compreender que tanto quanto Cristo permanece fora de nós, e nós estamos separados Dele, tudo o que Ele sofreu e fez para a salvação de toda a raça humana permanece inútil e sem valor para nós. Portanto, Portanto, ao compartilhar conosco o que Ele recebeu do Pai, Ele se tornou nosso e habitou dentro de nós. . . .Porque, como eu tenho dito, tudo que Ele possui nada é para nós até que nós floresçamos num só corpo com Ele. É verdade que nós obtemos isso pela fé.” (Calvin, Institutes, III.1.1). “Porque a incredulidade não tem proveito, absolutamente, na morte e na paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, mas, ao contrário, são mais condenáveis, porque eles rejeitam o meio que Deus ordenou: e sua ingratidão será tão mais gravemente punida, porque eles tem pisado com o pé sobre o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual foi o resgate por suas almas. Portanto ergue nos a mão receber as promessas do Evangelho pela fé, se nós desejarmos que Jesus Cristo comunique a si mesmo a nós, e que ele nos traga a possessão e o gozo dos benefícios que Ele comprou para nós: de modo que eles não pertencem a nenhum outro, sendo membros de seu corpo, enxertados Nele e o recebem pela fé.” (Calvin, Sermons on Galatians, 39). Para uma discussão de outros argumentos de “expiação vazia”, ver Thomas, Extent of the Atonement, 232–236. Considere o conselho de Robert Dabney: “A satisfação de Cristo não é uma equivalência pecuniária, mas somente uma tal que permite ao Pai, consistentemente com Seus atributos, perdoar, se em Sua misericórdia Ele assim entender. ...Não haveria injustiça ao homem, se ele permanecer um incrédulo, se sua culpa for punida duas vezes, primeiro em seu Salvador, e então Nele. Ver Hodge on Atonement, page 369” (Robert L. Dabney, Lectures in Sys­tematic Theology [Grand Rapids: Zondervan, 1972], 521).

97. See the discussion of the Trinitarian Members in Kennedy, Union with Christ and the Extent of the Atonement, 106–116.

98. Isso não contradiz declarações de que Cristo é o “Autor da eleição” (ver Calvin, Institutes, III.22.7).

99. Lane, “Quest for the Historical Calvin,” 112.

100. Calvin, John 14:16, Gospel according to St John 11–21 and the First Epistle of John, 82.

101. Em Calvino, o Pai é a causa (causa), o Filho é a substância (materia), e o Espírito é o executar (effectus) de nossa salvação (ver Rainbow, Will of God and the Cross, 89); cf. Calvin, Institutes III.14.17, onde a “causa instrumental” é a fé e a “causa final” é a divina justiça e glorificação da bondade de Deus. Alan Clifford ainda interrelaciona a obra Trinitariana, como afirma “O Pai se estende a todos, enquanto somente alcança os eleitos; o Filho redime todos suficientemente, mas somente os eleitos eficazmente; somente os eleitos são regenerados pelo Espirito Santo, mas os outros ainda são sujeitos a Sua influência” (Clifford, “Calvin & Calvinism,” 6). See Clifford, Amyraut Affirmed, 51–52.

102. Blacketer contende, “Assim afirmar, por exemplo, que Deus, o Pai, intentava a salvação dos eleitos, enquanto o Filho intentava a salvação de cada individuo, seria considerado absurdo, uma vez que não pode haver duas contraditórias vontades na divindade” (Blacketer, “Definite Atonement in Historical Perspec­tive,” 322). Esse argumento deixa escapara a possibilidade de que todos os três Membros concordem em um plano unificado em que cada Membro desempenha papéis distintos, e todos Eles intentam tanto os aspectos universais quanto os aspectos particulares do plano.

103. Como achado em Calvin, Deity of Christ and Other Sermons, 87; Calvin, Sermons of M. John Calvin, on the Epistles of S. Paule to Timothie and Titus, 612.

104. Torrance, “Incarnation and ‘Limited Atonement,’” 83–84.

105. Calvin, Forms of Prayer for the Church, Tracts ii.102; as quoted in Clifford, Calvinus, 31.

106. Para mais exemplos, ver David W. Ponter, “Calvin on Unlimited Expiation, Sin-Bearing, Redemp­tion and Reconciliation,” http://calvinandcalvinism.com/?p=230.

107. See Rainbow, Will of God and the Cross, 112–116.

108. See Alan Michael Suhany, “John Calvin and the Extent of the Atonement Revisited” (paper presented, 45th Annual Meeting of the Evangelical Theological Society, Washington, D.C., November 20, 1993, 4.

Fonte: http://www.baptistbulletin.org/wp-content/uploads/2009/07/a-word-for-the-world.pdf

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