sábado, 4 de junho de 2016

Bruce A. Ware: As Múltiplas Intenções da Expiação

Extensão da Expiação:

Esboço da Questão, Posições, Textos Chave,
e Argumentos Teológicos Chave


Bruce A. Ware
Professor of Christian Theology
The Southern Baptist Theological Seminary


I.  A questão a respeito da Extensão da Expiação

A. O que essa questão não é:

1. A Suficiência da morte expiatória de Cristo. Todos concordam que se Deus quisesse salvar todas as pessoas ou providenciar salvação para todas as pessoas, o valor do pagamento de Cristo pelos pecados foi suficiente (por causa de seu infinito valor) para os pecados do mundo. Em suma, sua morte é suficiente para todos.

2. A Eficácia da morte expiatória de Cristo. Todos concordam que somente aqueles que crêem verdadeiramente e salvivicamente em Cristo, somente os eleitos ( outra maneira de dizer isso é ótimo) tem o pagamento de Cristo pelos pecados aplicados em sua vida. Em suma, sua morte é eficaz somente para os eleitos.

3. A oferta de salvação apresentada por meio do evangelho. Todos concordam que todos são destinatários da oferta do evangelho, o evangelho é para todas as pessoas.

B. O que essa questão é: qual é a intenção de Deus em oferecer seu Filho como um sacrifício expiatório?


1. É sua intenção salvar pessoas pela morte de seu Filho? (no caso da expiação limitada é requerida para prevenir o universalismo!)

2. Ou é sua intenção providenciar um pagamento para toda e qualquer pessoa, o qual somente é eficaz com o ponto deles crerem salvivicamente? (neste caso, a extensão da expiação é ilimitada em escopo, mas o universalismo aqui é impedido porque a fé salvadora é requerida para se tornar um destinatário do pagamento que Cristo tem feito)

II. Posições nessa questão

A Visão da Expiação Limitada 
(Posição dos Cinco Pontos do Calvinismo)

1. A Declaração da Posição

Cristo morreu com o propósito de realmente e certamente salvar pessoas de seus pecados, mas uma vez que nem todos são de fato salvos, isto requer, então, que ele morra por e conseqüentemente salve certas pessoas, isto é, aqueles que o Pai tem dado a Ele, isto é, os eleitos.

2. Textos Chave

a) João 6:37-40 - Todo o que o Pai dá ao Filho virá e Ele não perderá nenhum, mas lhes ressuscitará no último dia.

b) João 10:11-15 – Cristo dá sua vida por suas ovelhas.

c) Atos 20:28 – a igreja de Deus, a qual Cristo comprou com seu próprio sangue

d) Romanos 8:31-39 – Cristo foi entregue por “nós todos”, os quais são claramente os eleitos.

e) 2 Corintios 5:15 – Ele morreu por “todos” para que os que vivem....,provavelmente indicando que “todos” por quem Ele morreu é o mesmo grupo que aqueles que crêem.

f) Efésios 5:25 – Cristo ama a Igreja e deu a si mesmo por ela

g) Tito 2:14 – Cristo deu a si mesmo para nós, para nos redimir de toda iniqüidade


3. Argumentos Teológicos Chave

a) Argumento da Eficácia: A Escritura claramente ensina que Cristo veio para salvar por si mesmo (Efésios 5:25 e Tito 2:14), e não meramente providenciar um pagamento que pudesse suceder ou não na salvação de pessoas.

b) Argumento da Soberania. Se Cristo morreu por todos, e por sua morte pagou pelos pecados de todos, então como Deus é soberano e sua vontade não pode ser frustrada, todos serão salvos. Uma vez que todos não são salvos, deve ser o caso de que Cristo morreu por aqueles que são salvos, isto é, os eleitos.

c) Argumento Ético. Seria eticamente errado para Deus tomar as pessoas como responsáveis pelo pagamento de seus próprios pecados através de sua eterna punição se Cristo tivesse realmente pago completamente por esses pecados.

d) Argumento do pagamento compreensivo. Se Cristo pagou por todos os pecados de todas as pessoas, então ele pagou pelo pecado deles de incredulidade (entre outros pecados). Se o pecado de incredulidade deles está pago, então Deus não pode tomá-los como responsáveis por sua incredulidade. Mas ele faz isso, de forma que somente o pecado dos eleitos está pago na morte de Cristo
.

Visão da Expiação Universal (Posição Clássica Arminiana)


1. A Declaração da Posição

Cristo morreu com o propósito de pagar a penalidade pelos pecados de todas as pessoas fazendo possível para toda e qualquer pessoa ser salva. Deus ama todos e deseja que todos sejam salvos. Em seu amor por todos, ele enviou Cristo para fazer o pagamento pelos pecados de todos. Crer em Cristo é necessário, no entanto, para receber o beneficio da morte de Cristo e ser salvo. O evangelho dever ser pregado para todos, e, mediante o ouvir o evangelho, qualquer um pode vir porque Cristo morreu pelos pecados de todas as pessoas no mundo.


2. Textos Chave

a) I Timóteo 4:10 – Deus é o Salvador de todos os homens, especialmente dos crentes. Então há um sentido no qual Cristo é salvador dos incrédulos (i.e., Ele morreu pelos seus pecados, mas eles rejeitam o Seu pagamento em favor deles), mas em um sentido especial ele é o salvador dos crentes (pela fé, eles recebem o pagamento de Cristo pelos seus próprios pecados)

b) 2 Pedro 2:1 – refere-se claramente às pessoas não-regeneradas como “negando o Mester que os comprou (aor. Act prtc de agoradzo, “redimir”), trazendo rápida destruição sobre si mesmos”.


c) 1 João 2:2 e 4:14 – Cristo é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente os nossos, mas também de “todo mundo”, e ele é “salvador do mundo”. Note que “mundo” ocorre 28 vezes em 1 João, 26 dos quais são usados também em um sentido compreensivo (ex. 2:17, 3:17, 4:1-9) ou mais estreitamente como o mundo dos não-salvos (ex. 2:15-16, 3:1 e 13, 5:19). Isso faz com que seja duvidoso que 2:2 e 4:14 se refira ao mundo dos eleitos.

d) I Tim 2:6 – Cristo deu a si mesmo como um resgate (antilutron, “um pagamento” ou “um resgate”) por todos.

e) 2 Corintios 5:14-15 e 19 – Um morreu por todos. Ele morreu para que todos os que vivem.... Isso indica que enquanto Cristo morreu por todos, somente alguns vivem por meio dele. Em algum sentido, todo o mundo é reconciliado por meio de Cristo.


f) João 3:16; Romanos 5:6-8 – indica que o amor de Deus é pelo mundo inteiro e que Cristo veio para salvar pecadores em geral
.
g) I Timóteo 2:4 e 2 Pedro 3:9 demonstram que Deus quer que todos sejam salvos.


3. Argumentos Teológicos Chave

a) O argumento do amor universal divino. Se Deus verdadeiramente ama todos igualmente e imparcialmente, e se Ele verdadeiramente quer que todos sejam salvos, então é inconcebível e impossível que Ele ofereça Cristo para pagar pelos pecados de somente alguns. O amor universal de Deus requer um pagamento universal.

b) O argumento da oferta universal do evangelho. Uma vez que a oferta da salvação é claramente para todas as pessoas (ex. Mateus 28:18-20, Atos 1:8), deve haver um pagamento feito em favor daqueles para quem o evangelho é oferecido. Se o pagamento não tem sido feito pelos não-eleitos, então nós não podemos dizer aos não-eleitos que Deus oferece a salvação para eles. Mas, uma vez que nós não sabemos quem são os eleitos e os não-eleitos, nós, desta forma, não podemos corretamente dizer com confiança para alguém que Deus oferece salvação para ele.

c) Alguns argumentos como listados na visão abaixo letra c e d



Visão da Expiação Não-Limitada ou das Intenções Múltiplas 
(Posição do Calvinismo de Quatro Pontos)


1. A Declaração da Posição


A intenção de Deus na morte de Cristo é complexa e não simples, múltipla e não singular:


1) Cristo morreu com o propósito de garantir a salvação de seu povo, seus eleitos, como certa e segura.


2) Cristo morreu com o propósito de pagar a penalidade pelos pecados de todas as pessoas fazendo possível para todos que crerem serem salvos.

3) Cristo morreu com o propósito de garantir uma oferta de salvação bone fide¹ para todas as pessoas em toda parte.


4) Cristo morreu com o propósito de providenciar um base adicional para condenação daqueles que ouvem e rejeitam o evangelho que tem sido genuinamente oferecido por eles.


5) Cristo morreu com o propósito de reconciliar todas as coisas com o Pai.


2. Textos Chave (conjunto de textos que correspondem aos cinco propósitos delineados da posição)



a) João 6:37-40 ; 10:11, 15; Atos 20:28; Romanos 8:31-39; 2 Cor. 5:15; Efésios. 5:25; Tito 2:14 –
i.e., as mesmas passagens como usadas acima, em A. 2. a. até g. A diferença aqui é que esses textos não são vistos como descrevendo o sentido único no qual Cristo morreu pelos pecados (i.e., pelos pecados dos eleitos). Cristo morreu pelos pecados dos eleitos de uma maneira intencional e muito especifica, a fim de garantir sua salvação como certa e segura e cuja salvação seria por meio de sua, mas não à parte da, fé salvadora.

b)b. 1 Tim. 4:10; 2 Pedro 2:1; 1 João 2:2; 4:14; 1 Tim 2:6; 2 Cor. 5:14-15, 19 – i.e., as mesmas passagens e explanações como argumentadas acima, em B. 2. a. até e.


c) Mat. 28:18-20; Lucas 24:46-47; João 6:35, 40; Rom. 10:13 – textos os quais enfatizam a necessidade da proclamação do evangelho da morte e ressurreição de Cristo em favor do mundo.

d. João 3:18; 12:48 – textos que indicam que a rejeição de Cristo é uma base adicional para o julgamento. Eles somente podem corretamente ser tomados como responsáveis pela rejeição que foi oferecida a eles se uma real oferta tem sido feita a eles.

e. Romanos 8:20-23; 1 Cor. 15:24-28; Efésios 1:9-10; Filipenses. 3:21; Col.1:19-20 – textos que indicam uma amplitude mais cósmica na extensão na obra de expiação de Cristo

3. Argumentos Teológicos Chave


a) O melhor dos argumentos de ambos os lados


1) A visão de Quatro Pontos do Calvinismo rejeita algumas das argumentações dos Arminianos pela expiação universal. Por exemplo, o Calvinismo de Quatro Pontos nega que o amor universal de Deus ou o desejo universal de Deus que todos sejam salvos demanda a expiação universal. Ao contrário, em conformidade com o Calvinismo de Cinco Pontos, esta visão argumenta que há um sentido em que Deus ama todos e quer que todos sejam salvos, mas a Escritura também claramente afirma que o amor especial de Deus é somente pelos eleitos (e.x., Isa. 43:3-4; Ef. 3-5; Rom 9:10-13) manifestado em seu propósito eletivo de escolher, chamar e salvar somente alguns (e.x., Ef. 1:3-5; Rom 8:29-30), para a glória de Seu nome (Ef 1:6, 12, 14; Rom 9:22-24).


2) No entanto, a visão do Calvinismo de Quatro Pontos também toma que o propósito eletivo de Deus não vincula a expiação limitada, porque tal limitação a) conflita com o mais natural e provável compreensão de alguns ensinos da Escritura b) conflita com o escopo dos divinos propósitos que a Escritura indica que são realizados pela expiação (veja abaixo), e c) não é necessário para estabelecer a certeza da salvação de Deus de seus eleitos (i.e., o que a expiação limitada defende com mais cuidado)


b) Argumento das intenções múltiplas. Muito do debate sobre a questão da extensão da expiação é devido ao fato de que uma singular intenção (ao invés de múltiplas intenções) foi abordada por ambos os lados. Tão logo alguém admite múltiplas intenções para a expiação, pode se dar conta, então, da variedade do ensino bíblico Qualquer visão com intenção singular terá dificuldade em reconciliar sua posição com uma ou mais tensões no ensino bíblico Esses cinco argumentos expressam razões para vermos diversos propósitos na obra expiatória de Cristo e são reflexos também das cinco principais categorias de textos bíblicos acima.

1)Propósito do Escopo Limitado. Cristo morreu com o propósito de garantir a salvação de seus povo, suas ovelhas, sua igreja, seus eleitos, como certa e segura.  Salvação esta que eles certamente receberão como também serão eficazmente chamados e irresistivelmente atraídos para colocar sua fé Nele e na Sua expiação realizada em favor deles (ex. João 10:11,15 e Efésios 5:25), A Escritura claramente apresenta Cristo como morrendo por seu povo, e isto deve ser a causa disso. Certamente Cristo sabia  que ,enquanto  sua morte seria em algum sentido por todos, em um particular e intencional sentido Ele morreu para salvar aqueles dados a Ele pelo Pai. Ele sabia que sua morte seria eficaz em seus eleitos.


2)Propósito do Escopo Sem Limites. Cristo morreu com o propósito de pagar a penalidade pelos pecados de todas as pessoas fazendo possível para todos que crerem serem salvos (ex 1 I Tim 4:10, 1 João 2:2; 2 Cor 5:14-15). Crer em Cristo é necessário, no entanto, para receber o beneficio da morte de Cristo e ser salvo, e somente os eleitos são chamados eficazmente e por isso crêem em Cristo e por isso são salvos. A Escritura fala com muita certeza da amplitude da obra expiação que é estendida para o mundo todo. A real questão aqui é a leitura desses textos melhor representa o que eles dizem. A posição da expiação limitada parece aqui em tensão contra o sentido natural e intencional dos textos.

3)Propósito da oferta Bone Fide. Cristo morreu com o propósito de garantir uma oferta bone fide de salvação para todas as pessoas em todo lugar. Uma vez que nós somos ordenados a pregar o evangelho para todas as pessoas (ex. Mat 28:18-20; Atos 1:8), o sacrifício expiatório universal de Cristo torna esta oferta de salvação completa e intransigentemente genuína (ex., João 6:35, 40; Rom 10:13).


4)Propósito da justa condenação. Cristo morreu com o propósito de providenciar uma base adicional para condenação daqueles que ouvem e rejeitam o evangelho que tem sido genuinamente oferecido para eles. A morte de Cristo pelos pecados daqueles que o rejeitam e são condenados (ex: 2 Pedro 2:1) assegura que o julgamento deles por rejeitar a Cristo (o qual é somente parte da base de seu julgamento) é justo, porque eles rejeitam uma dádiva real que é realmente, livremente e graciosamente oferecida para eles (João 3:18b)

5)Propósito do Triunfo Cósmico. Cristo morreu com o propósito de reconciliar todas as coisas com o Pai. Tivesse Cristo morrido pelos pecados dos eleitos somente (ou por qualquer quantidade parcial da totalidade dos pecados), isto deixaria  pecado de  fora de sua obra expiatória e por isso de fora de sua vitória triunfal sobre o pecado. Uma vez que o pecado não é somente uma penalidade que deve ser paga (cujo pagamento é somente eficaz pela fé) mas também um poder que se rebela contra o reino e a autoridade legitima de Deus, a penalidade do pecado deve ser paga (para que os eleitos sejam salvos) mas este poder deve ser derrotado para que tudo possa ser conquistado e colocado sob os pés do Pai (Rom 8:20-23; 1 Cor. 15:24-28; Col. 1:19-20). Colossenses 1:20 é especialmente importante porque ele demonstra duas coisas claramente:

1) o escopo universal da reconciliação forjada por Cristo (“todas as coisas”, “coisas na Terra e coisas no Céu") e

2) que essa reconciliação é realizada pela morte expiatória de Cristo (“por meio do sangue de sua Cruz”).

Que isso não implica o universalismo é claro porque no próprio contexto Paulo adverte que estes crentes seriam um dia santos e inculpáveis somente se eles continuassem na fé (1:23). Então, a reconciliação de Colossenses 1:20 é uma na qual a rebelião é ampla, mas os inimigos conquistados de Deus não compartilham de sua glória. Neste sentido, todos aqueles no inferno estão reconciliados com Deus, i.e., eles não estão mais em rebeldia e sua pecaminosa desconsideração para Deus tem sido esmagada e foi encerrada.

c) Argumento da parte do todo. Sim, algumas passagens dizem que Cristo morreu por seu povo, suas ovelhas, sua igreja, mas essas passagens não dizem que Ele morreu somente pelos eleitos. Sua morte pode ser por todas as pessoas enquanto somente aqueles que crêem são realmente salvos por sua morte. Sua morte por suas ovelhas, então, é parte de um todo maior no qual Ele morreu também pelo mundo.

d. Argumento da necessidade da fé salvadora. Se, como os proponentes da expiação limitada dizem, Cristo morreu realmente e certamente para salvar pessoas (i.e os eleitos) e não meramente fazer sua salvação possível, então segue-se que nada mais é necessário para os eleitos serem salvos. Eles são salvos por causa da completa, perfeita e consumada obra de Cristo a qual realmente e certamente salva os eleitos. Mas não é verdade que os eleitos são nascidos neste mundo sobre a condenação de Deus, mortos em seus pecados, e enfrentam a iminente ira de Deus (ex. Ef 2:1-3)? Não é a fé salvadora requerida para os eleitos serem salvos? Se assim, como pode ser dito da morte de Cristo, em si mesma, que tão somente por Sua morte Ele salva aqueles por quem  morreu? Enquanto se acredita que todas as pessoas (incluindo os eleitos) são nascidos dentro desse mundo com o pecado de Adão de forma que, até que alguém creia salvificamente em Cristo, ele ou ela permanece não-salva e debaixo da ira de Deus, então nós não podemos falar corretamente da morte de Cristo como realmente e certamente salvando os eleitos. Não, mesmo aqui, o pagamento feito por Sua morte em favor dos eleitos faz a salvação deles possível enquanto que a salvação torna-se real somente sobre o exercício da fé salvadora. Se a morte de Cristo, então, é um pagamento pelo pecado que fez possível a salvação das pessoas, cuja salvação realmente ocorre somente quando eles crêem salvificamente, então não há problema em dizer que a morte de Cristo pagou a penalidade dos pecados de todas as pessoas no mundo todo, porque até que alguém creia, ele ou ela não é salvo.

¹bone fide = Etimologia: Latim, literalmente, de boa fé 1: feita de boa fé, sem fraude ou engano 2: feito com a intenção sincera: sincero 3: nem ilusória, nem falsa: verdadeiro. Fonte: http://www.merriam-webster.com



Fonte: http://www.powerofchange.org/storage/docs/ware_atonement.pdf

Tradução por Emerson Campos Pinheiro. Ao utilizar esse texto devem ser citados a fonte e o tradutor.